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Principal dificuldade enfrentada por refugiados no Brasil é acolhimento

Deixar seu país de origem, cultura, casa, trabalho, amigos e familiares é uma situação, por si, capaz de gerar sofrimento mental e prejuízos à saúde psicológica. A situação, no entanto, fica ainda pior quando, ao chegar no país de destino, com uma língua diferente, o refugiado ou migrante não encontra o mínimo acolhimento necessário. Essa é a realidade enfrentada por milhares de pessoas que buscaram no Brasil e no Paraná um lugar para sua nova morada, apesar de o Estado ser pioneiro em estabelecer, em 2014, um Plano Estadual de Políticas Públicas para Promoção e Defesa dos Direitos de Refugiados, Migrantes e Apátridas do Paraná – o documento, que esteve vigente até 2016, passa agora por uma revisão para adaptar as políticas públicas à realidade. O Estado também foi pioneiro na construção do Conselho Estadual para a defesa dos direitos desta população, mas um item essencial ainda não foi superado: oferecer aos recém-chegados um local adequado para começar a reestruturação da vida.

De acordo com o Psicólogo Douglas Marques de Oliveira (CRP-08/19792), que é especialista no tema e membro do Núcleo de Psicologia e Migrações (NUPSIM) da Comissão de Direitos Humanos do Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP-PR), a lacuna de atenção aos direitos deixada pelo Estado é suprida por instituições, ONGs e membros da organização civil, que se mobilizam para receber as pessoas. Além disto, comunidades que já estão mais estabelecidas, como a dos migrantes provenientes do Haiti, por exemplo, acabam acolhendo novos haitianos que chegam ao Brasil.  “Essa é uma preocupação que vem inclusive antes do trabalho, porque quem chega tem como primeira necessidade um local para se abrigar e dormir”, explica o Psicólogo. Mas, nem todos conseguem ser atendidos pela sociedade civil e acabando buscando abrigos destinados à população de rua ou mesmo ficando ao relento quando essas unidades estão lotadas.

Crescimento

De acordo com dados do Comitê Nacional para os Refugiados (Conare), órgão vinculado ao Ministério da Justiça, de 2011 a 2017 o Brasil recebeu 126.102 solicitações de reconhecimento da condição de refugiado O maior número de requerimentos vem da Venezuela, Haiti, Senegal e Síria. É considerada refugiada a pessoa que deixou seu país de origem por causa de perseguição por motivo de raça, religião, por pertencer a um determinado grupo social ou por suas posições políticas. Nesse contexto, o Paraná é um dos principais destinos de quem chega ao Brasil. Segundo levantamento do Conare, 8% dos 5.134 refugiados que se encontram em situação regular no Brasil (com registro ativo) residem em cidades paranaenses, a terceira maior população entre os Estados.

Psicologia

Para os migrantes e refugiados, além do acolhimento prático com a oferta de abrigo e alimentação emergencial e de políticas de colocação no mercado do trabalho e habitacionais, o acesso à saúde, em especial à saúde mental, é essencial. Neste aspecto também o Paraná se destaca, sendo considerado referência nacional, sobretudo pelos programas desenvolvidos pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) que incluem, além do atendimento psicológico por meio do Centro de Psicologia Aplicada da UFPR, o ensino da língua portuguesa, capacitação em informática, apoio jurídico e História do Brasil.

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